Ivanildo Terceiro
Acompanhem comigo que o homem é o único político de Centro no mundo safo o suficiente para enfrentar a extrema-direita:
— Na França, o Presidente cuida da política externa e o Primeiro-Ministro (PM) dos assuntos domésticos;
— Usualmente, o PM é da coalizão do Presidente e age em harmonia com ele. Para isso ocorrer, entretanto, o Presidente precisa ter maioria no Parlamento;
— Na última eleição, o Macron não conseguiu maioria e só indicou o PM depois de montar uma coalizão com outros partidos;
— Essa coalizão era meio Frankstein e o governo tem sido marcado por paralisia.
Depois dos resultados de ontem, o Macron está firma na ideia de que não pode esperar até 2027 para agir. Três anos de paralisia até as próximas eleições presidenciais entregariam o parlamento e a presidência para a extrema-direita;
— Ao dissolver o Parlamento eleito em 2022 e convocar novas eleições, Macron abre espaço para duas possibilidades:
1. A extrema-direita vence a eleição e indica um Primeiro-Ministro, enquanto o Macron permanece presidente.
2. O povo francês reage a ameaça da extrema-direita dando uma bancada maior para o Macron;
— A primeira possibilidade é a que o Macron parece acreditar que vai ocorrer.
Isso significaria que a extrema-direita seria obrigada a passar os próximos três anos sendo governo, não apenas subindo no palanque, mas tendo que implementar soluções para os problemas concretos, e fazendo isso enquanto a França não tem dinheiro (um problema que o Macron até hoje quebra a cabeça para resolver);
— A segunda possibilidade é mais remota, mas permitiria ao Macron implementar sua agenda de crescimento econômico e modernização da França, que, para ele, é a única capaz de parar o avanço da extrema-direita.
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