Em uma população cindida, popularidade de Lula é boa

Saiu pesquisa da CNT – Confederação Nacional dos Transportes sobre a avaliação do governo do presidente Lula (PT). A aprovação do governo está com 37,4% e a avaliação pessoal do presidente está com 50,7%.

Em uma sociedade cindida, a aprovação está positiva. Vai demorar anos, talvez décadas para um governo ter 80% de aprovação novamente. Talvez não ocorra mais.

Mesmo passados quase dois anos da última presidencial, ela ainda reflete nos números e no humor do brasileiro. Quem é de esquerda vai dizer que o país está no rumo certo; quem é de direita vai na contra mão e dizer que o país está péssimo. O centro, fiel da balança, vai para o lado a depender das circunstâncias.

Mas mesmo com esse quadro polarizado não significa que o governo não deva procurar ter uma imagem positiva e furar a bolha. Pelo contrário, deve se esforçar mais para entregar um país estável economicamente e socialmente.

Eleição em SP: O fator Datena

Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas mostra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na liderança, com 27,3%, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 25,7%.

Essa pesquisa testou o nome de José Luiz Datena (PSDB). Datena larga com com 15,3%. Tabata Amaral (PSB) tem 8,2%.

A polarização nacional tende a refletir em São Paulo, com Nunes e Boulos representando os polos direita e esquerda. Mas o que chama atenção é a intenção de voto de Datena, que é cotado para a vice de Tabata.

O Datena, porém, não deve ser candidato e precisa ver para que lado vai seus votos. Nunes é o maior beneficiado pela ausência do apresentador, mas caso ele seja vice de Tabata pode impulsionar a sua candidatura.

Lula cometeu crime eleitoral e Boulos foi passivo no crime

Lula sabe muito bem que não pode pedir voto em pré-campanha. O que ele fez foi crime eleitoral e a justiça eleitoral precisa punir exemplarmente. Vai ficar feio não punir ou se vier uma punição branda.

A campanha de Boulos dizer que “não sabia” que o presidente faria isso não cola. O pré-candidato deveria ter feito um pedido a Lula para ele não fazer o que fez. Cadê os assessores do presidente? Tudo bem que não é muito de obedecer, Lula faz cumprir suas ordens, mas alguém precisava avisar que não pode pedir voto agora.

Mesmo que a justiça eleitoral puna a campanha de Boulos e Lula com multa vai ficar barato. O que Lula queria ele provavelmente conseguiu que foi colar no candidato sua imagem. O que o Lula fez foi grave porque desequilibra a disputa. Não pode o presidente da República pedir voto para um candidato fora do período eleitoral.

Pessoalmente acho chatas e ridículas essas leis que engessam a corrida eleitoral no Brasil, mas é lei e todos precisam seguir elas. Ninguém pode estar acima da lei.

A comparação é inevitável. O TSE tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível com o argumento de campanha antecipada e abuso de poder econômico ao usar estruturas de Estado para a fatídica reunião com embaixadores para fazer críticas e ilações ao sistema eleitoral brasileiro. O que o presidente Lula fez não foi muito diferente. O que Bolsonaro fez foi de uma gravidade. Lula também não poderia subir no palanque pelo dia do trabalho e fazer campanha antecipada.

Repito: desequilibra a disputa, fere a regra do jogo e merece uma punição pesada. Não sei se a justiça eleitoral vai ter coragem de aplicar uma sanção dura a Lula e ao Boulos. Não sei se cabe a inelegibilidade de ambos, a cassação da chapa acho que não porque ainda não foi registrada. Mas a instituição pode cair (ainda mais) em descrédito se não punir ou se aplicar uma punição branda.

El Salvador se tornando a ‘ditadura de estimação’ da direita

A esquerda erra no tratamento dado a ditadura na Venezuela, de Nicolas Maduro, a direita está seguindo o mesmo o caminho ao endossar tudo que vem de El Salvador

El Salvador caminha a passos largos para virar uma ditadura. E com aplausos de pseudos liberais e conservadores.

O presidente Nayib Bukele implementou um regime de exceção em nome do combate à criminalidade. Conseguiu diminuir a criminalidade, mas a custo de direitos básicos do Estado Democrático de Direito.

Mas sua popularidade explodiu e garantiu sua reeleição com quase 90% dos votos. Seu partido elegeu quase que a totalidade de representantes no parlamento.

El Salvador está praticamente sem oposição e a impresa não é muito livre naquele país. O principal jornal teve que sair do país por perseguição. E, para fechar o recrudescimento do regime, Bukele tenta passar a reeleição ilimitada, o básico para qualquer aspirante a ditador.

Enquanto isso, no Brasil, os defensores se calam ou defendem as arbitariedades do seu “ditador de estimação”. O MBL – Movimento Brasil Livre é o líder de torcida de Bukele no Brasil. Defendem as medidas de exceções arfimando que El Salvador passou de um país violento para o país mais seguro da América Latina e defendem a tentativa de perpetuação no poder por Bukele. E mais: querem formar o Bukele brasileiro. 

É fácil criticar o Hugo Chávez e chamá-lo de ditador, mas é difícil criticar um líder que usa o mesmo expediente – perpetuação no poder – por ser alinhado ideologicamente. Estão fazendo o mesmo que eles acusam a esquerda de fazer.

A esquerda erra no tratamento dado a ditadura na Venezuela, de Nicolas Maduro, a direita está seguindo o mesmo o caminho ao endossar tudo que vem de El Salvador. E não venha com a conversa de que Bukele é popular e está fazendo tudo dentro da lei. Na Venezuela tudo que Maduro faz tem aval das leis e da Constituição nem por isso é democrático.

Nenhum líder por mais popular que seja pode ter o aval de implementar suas ideias por meio de medidas via Estado de exceção, que violam direitos básicos, por mais meritosas que possam ser. Nenhum líder popular pode usar sua popularidade para se manter no poder indefinidamente.

Direita e esquerda abraçam seus “ditadores de estimação”. Já este humilde blogueiro não passa pano para ditador de esquerda nem de direita.

Rio de Janeiro: Paes lidera com 46,1%

Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisa mostra o prefeito Eduardo Paes (PSD) com 46,1%. Paes lidera absoluto e, se seguir assim, pode se reeleger no primeiro turno.

Lembrando que o Paraná Pesquisa foi o Instituto que mais chegou perto de acertar o resultado do segundo turno presidencial de 2022.

Alexandre Ramagem (PL) aparece com 13,6%, Tarcísio Motta (PSOL) tem 7,4%, Cyro Garcia (PSTU) tem 4,5%.

Semana passada pesquisa do Atlas mostrava Paes com 42,6% e Ramagem, 31,2%.