Em 2018 este blog fez um mapa com as datas das aposentadorias compulsórias dos então ministros do STF. Já se vão seis anos, ministros saíram e outros entraram. Chegou a hora de atualizar a tabela.
Lembrando que um ministro do STF fica no cargo até os 75 anos de idade. É possível um ministro pedir aposentadoria antecipada por múltiplas razões ou a Corte ter baixa por morte. Ou algum ministro sofrer impeachment no Senado Federal, fato inédito no Brasil.
O Supremo Tribunal Federal é a última instância do Poder Judiciário e o guardião da Constituição. Passou a ser atacado nos últimos anos por seus defeitos, mas também por seus méritos, principalmente por enfrentar os ataques ás instituições.
Há várias propostas para definir mandato para os ministros e mudar a forma de escolha. Sem entrar no mérito, não acho bom estipular tempo de mandato e mudar a forma de escolha para ministros do STF.
O atual decano, ministro com mais tempo na Corte, é Gilmar Mendes, desde 2002.
O mais novo integrante é o ministro Flavio Dino, tomou posse em 2024.
O mais velho de idade é Luiz Fux, 71 anos, e o mais novo é Cristiano Zanin, 48 anos.
A próxima cadeira a vagar é a de Luiz Fux em 2028, depois a de Cármen Lúcia (2029) e de Gilmar Mendes (2030).
A história da política cearense é repleta de alianças e rachas desde o tempo dos coronéis
Era uma vez um Império que dominava o estado do Ceará por anos. Esse Império rachou nas eleições de 2022. O clã Ferreira Gomes impôs um candidato ao governo do estado, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio (PDT), já o seu aliado, o ex-governador Camilo Santana (PT) queria a sua vice e atual governadora Izolda Cela (PDT), que saiu do partido ao ser preterida.
Camilo então rompeu a aliança de anos e indicou Elmano de Freitas (PT), com a bênção do ex-presidente e candidato Lula (PT). O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) se sentiu traído por Camilo e por seu irmão Cid Gomes (PDT), ex-governador e senador, que não se engajou na campanha de Claudio, o clima ficou tão pesado que posteriormente Cid saiu do PDT e se filiou ao PSB.
Na eleição, Lula, Elmano e Camilo saíram vitoriosos para os cargos de presidente, governador e senador respectivamente. Camilo virou ministro da Educação. Roberto Claudio armagou um terceiro lugar na eleição estadual e Ciro um quarto lugar na eleição presidencial com míseros 3% dos votos, o seu pior desempenho em eleições para presidente. Pior: perdeu no Ceará, o que nunca tinha acontecido.
Desde então Ciro não perde a oportunidade de alfinetar Camilo o chamando se “traídor” e faz duras críticas ao atual governo do Ceará, de Elmano. Ciro já chegou a dizer que Camilo quando governador fez um acordo com facções criminosas no estado e acusou o governo Elmano de cobrar propina por toda obra do governo. Não apresenta provas. Ciro também virou opositor do governo Lula mesmo seu partido com o ministério da Previdência, mas isso é resquícios da eleição de 2018.
Um novo embate entre ex-aliados está marcado para as eleições municipais de outubro. Na capital Fortaleza, Evandro Leitão saiu do PDT e foi para o PT, ganhando a indicação do partido para desafiar o atual prefeito José Sarto (PDT).
A disputa pela prefeitura de Fortaleza promete fortes emoções. Além dos representantes dos ex-aliados ainda tem o Capitão Wagner (União Brasil) tentando pela terceira vez ser prefeito – ganhou em Fortaleza na disputa para governador em 2022 – e o candidato do bolsonarismo que deve ser o deputado federal André Fernandes (PL).
A história da política cearense é repleta de alianças e rachas desde o tempo dos coronéis. Grupos se formam, chegam ao poder local e a aliança se dissolve por disputa interna.
Quem manda hoje no Ceará é o grupo de Camilo Santana, que desbancou o ex-aliado Ciro Gomes, que por sua vez acusa Camilo de querer instaurar uma ditadura no estado. Preparem a pipoca e o refrigerante, uma nova batalha vai começar.
Saiu pesquisa da CNT – Confederação Nacional dos Transportes sobre a avaliação do governo do presidente Lula (PT). A aprovação do governo está com 37,4% e a avaliação pessoal do presidente está com 50,7%.
Em uma sociedade cindida, a aprovação está positiva. Vai demorar anos, talvez décadas para um governo ter 80% de aprovação novamente. Talvez não ocorra mais.
Mesmo passados quase dois anos da última presidencial, ela ainda reflete nos números e no humor do brasileiro. Quem é de esquerda vai dizer que o país está no rumo certo; quem é de direita vai na contra mão e dizer que o país está péssimo. O centro, fiel da balança, vai para o lado a depender das circunstâncias.
Mas mesmo com esse quadro polarizado não significa que o governo não deva procurar ter uma imagem positiva e furar a bolha. Pelo contrário, deve se esforçar mais para entregar um país estável economicamente e socialmente.
Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas mostra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na liderança, com 27,3%, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 25,7%.
Essa pesquisa testou o nome de José Luiz Datena (PSDB). Datena larga com com 15,3%. Tabata Amaral (PSB) tem 8,2%.
A polarização nacional tende a refletir em São Paulo, com Nunes e Boulos representando os polos direita e esquerda. Mas o que chama atenção é a intenção de voto de Datena, que é cotado para a vice de Tabata.
O Datena, porém, não deve ser candidato e precisa ver para que lado vai seus votos. Nunes é o maior beneficiado pela ausência do apresentador, mas caso ele seja vice de Tabata pode impulsionar a sua candidatura.
Lula sabe muito bem que não pode pedir voto em pré-campanha. O que ele fez foi crime eleitoral e a justiça eleitoral precisa punir exemplarmente. Vai ficar feio não punir ou se vier uma punição branda.
A campanha de Boulos dizer que “não sabia” que o presidente faria isso não cola. O pré-candidato deveria ter feito um pedido a Lula para ele não fazer o que fez. Cadê os assessores do presidente? Tudo bem que não é muito de obedecer, Lula faz cumprir suas ordens, mas alguém precisava avisar que não pode pedir voto agora.
Mesmo que a justiça eleitoral puna a campanha de Boulos e Lula com multa vai ficar barato. O que Lula queria ele provavelmente conseguiu que foi colar no candidato sua imagem. O que o Lula fez foi grave porque desequilibra a disputa. Não pode o presidente da República pedir voto para um candidato fora do período eleitoral.
Pessoalmente acho chatas e ridículas essas leis que engessam a corrida eleitoral no Brasil, mas é lei e todos precisam seguir elas. Ninguém pode estar acima da lei.
A comparação é inevitável. O TSE tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível com o argumento de campanha antecipada e abuso de poder econômico ao usar estruturas de Estado para a fatídica reunião com embaixadores para fazer críticas e ilações ao sistema eleitoral brasileiro. O que o presidente Lula fez não foi muito diferente. O que Bolsonaro fez foi de uma gravidade. Lula também não poderia subir no palanque pelo dia do trabalho e fazer campanha antecipada.
Repito: desequilibra a disputa, fere a regra do jogo e merece uma punição pesada. Não sei se a justiça eleitoral vai ter coragem de aplicar uma sanção dura a Lula e ao Boulos. Não sei se cabe a inelegibilidade de ambos, a cassação da chapa acho que não porque ainda não foi registrada. Mas a instituição pode cair (ainda mais) em descrédito se não punir ou se aplicar uma punição branda.