Nessa primeira grande crise do governo Bolsonaro a imprensa está criticando Carlos Bolsonaro e poupando Gustavo Bebianno, o pivô da confusão por causa das candidatas laranjas do PSL que Bebianno era o presidente durante as eleições e responsável por liberar recursos que o partido recebeu dos fundos partidário e eleitoral.
Estão vendendo como verdade absoluta a história do futuro ex-ministro de que foi apunhalado pelo presidente Jair Bolsonaro. Diferente de Bolsonaro, Bebianno tem boa relação com a mídia mainstream. Ou a imprensa está fazendo afago esperando que ele conte algum podre fatal contra Bolsonaro.
Bebianno foi acusado por Adilson Barroso de sabotar a ida do grupo de Bolsonaro para o Patriota, articulou a ida do grupo para o PSL com o Luciano Bivar (supostamente de olho no esquema de laranjas), minou as candidaturas da Janaína Paschoal e do Luiz Philippe Orleans e Bragança para vice, estava tentando uma aproximação do governo com executivos do Grupo Globo.
Ao focar apenas no filho do presidente automaticamente tiram de foco Bebianno para explicação convincente sobre as candidaturas laranjas. O Carlos é um irresponsável. Mas santificar o Bebianno é ingenuidade ou tem método em um plano mais amplo. Toda essa confusão é jogo por poder. Não surpreenderia se Gustavo Bebianno caiu porque descobriram que ele articulava um golpe para colocar o vice-presidente Hamilton Mourão na presidência da República. Como não surpreende o clã Bolsonaro articulando um novo partido.