Ike, o general no front eleitoral

Fábio Piperno

Novato em batalhas eleitorais e militar de credenciais irretocáveis, o general Dwight Eisenhower foi o nome escalado em 1952 para tentar devolver a Casa Branca aos Republicanos após duas décadas de governos dos Democratas. Em 1948 Ike já era o nome preferido de grande parte da máquina partidária, mas acabou recusando a missão.

Na eleição seguinte, não conseguiu evitar a convocação feita por setores mais moderados e aristocráticos do partido, que se opunham ao extremo conservadorismo do insistente senador por Ohio Robert Taft, pela terceira postulante à nomeação entre os Republicanos.

Filho do ex-presidente William Taft (1909-13) e herdeiro político de um clã que começou a atuar na vida pública antes mesmo da independência do país, o senador iniciou a maratona das primárias como favorito. E chegou à convenção em Chicago como o mais votado. Porém, sem a maioria absoluta dos delegados partidários.

No voto popular, a vantagem de Taft foi robusta. Conquistou a preferência de 2.794.736 (35.84%) eleitores, contra 2.050.708 (26,30%) de Eisenhower. No primeiro escrutínio entre os diversos candidatos, Taft se manteve à frente.

Então, o terceiro colocado, o governador da Califórnia Earl Warren, decidiu abandonar a disputar a disputa e apoiar o velho general. Nas negociações para fechar a chapa, Ike aceitou como companheiro um jovem e ambicioso advogado e senador californiano chamado Richard Nixon, político tão conservador quanto Taft. A vitória estava próxima. Tornou-se definitiva ao somar também o aval de Thomas Dewey, o Republicano derrotado nas duas eleições anteriores, mas que conservava considerável prestígio no partido.

Nas urnas, o general avançou sobre redutos adversários e obteve consagradora vitória com 55,18% dos votos. Com isso, tornou-se o primeiro Republicano a ser empossado em 20 de janeiro. Antes de Franklin Roosevelt, todos os presidentes tomavam posse no dia 4 de março. E foi ele também o primeiro ocupante da Casa Branca a ter a permanência limitada a dois mandatos, regra aprovada em 1951.